…é como se fosse um pedaço de um caminho longo. uma viagem
interminável (de carro). quase a distância entre a capela e o carvoeiro. não
há um começo definido nem tampouco uma ideia clara do que será seu fim
(isso, obviamente é impossível), posso portanto dar conta daquilo que está
acontecendo e de alguns “flashs” do que já se passou. se há um plano? …sim.
posso dizer que sim. não está muito claro, mas compor e tocar é mais ou
menos isso. pra mim, é claro. isso é também um pouco de como vejo as
coisas ao redor daquilo que se convencionou chamar de carreira profissional.
uma bolha. é. uma bolha que se expande e se contrai, depende das
circunstâncias. uma bolha onde se acumula tudo aquilo que se quer e
invariavelmente o que não se quer. paciência, atrás da corda vem o boi. até
aqui as coisas estão vindo muito bem. tenho tocado com pessoas que gosto.
tenho conhecido muita gente interessante. enfim, tocar bateria me abriu um
mundo de possibilidades. acho que fazer música é um pouco isso. logo de
cara se elimina uma grande quantidade de problemas existenciais, afinal de
contas já está definido: faço música. pronto. basta então tocar em frente. e
de mais a mais é só isso mesmo que eu posso falar. estou tocando em frente.
posso até falar de coisas que já fiz. mas isso não muda a natureza dos fatos.
todas as coisas são parte do tal longo caminho, interminável e tal… conversa
fiada. quem está mais acostumado a falar usando um instrumento musical
patina na hora de escrever. oralmente até vai… mas escrever. dá nisso que
você está lendo agora. não é uma perda de tempo total. de forma alguma,
mas cá entre nós, como diria meu amigo: colóquios para acalentar bovinos.
bom, como falei acima sobre o tocar e o compor, convém um dado
complementar. isso é importante. acredito profundamente que a música
deva falar por si só. é claro que este é um recurso adotado pelos que não
gostam de falar em público. mas é um artifício legítimo. legítmimo e
interessante. olha, não há controle sobre o que a música diz para cada um
que a escuta, afinal de contas ela fala ao pé do ouvido. cochicha, sussurra.
especialmente a música instrumental, desprovida da mensagem certeira do
texto. e é nessa música instrumental que encontro meu refúgio, minha casa.
e dela que posso falar um pouco. de resto acho que é isso. no próximo site
posso escrever mais um pouco pra contar das novidades encontradas pelo
curso do caminho. até breve.